Previstas para acontecerem no dia 4 de outubro de 2020, ou seja, faltando um pouco mais de um ano, vai começar a contagem regressiva paras as eleições municipais, que definirão, nos 5.570 municípios do Brasil, quem serão os prefeitos e vereadores, que irão administrar e legislar de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024.
Em Ourinhos a expectativa maior é saber quem serão os candidatos que tentarão tirar a “chave da cidade” do atual prefeito Lucas Pocay (PSD), que está fechando o seu terceiro ano de mandato.
O Passando a Régua procurou possíveis candidatos e fez uma relação de postulantes ao cargo máximo do município de Ourinhos. Confira:
Lucas Pocay
Pré-candidato natural à reeleição, o prefeito Lucas Pocay, 34 anos, disse em sua rede social que ainda é cedo para pensar em eleição e que está focado nas realizações do seu atual mandato.
Eleito em 2016 com 34247 votos, Lucas faz um mandato blindado pela Câmara Municipal, já que obtém hoje o apoio de 12, dos 15 vereadores, que compõem a base aliada do prefeito. Lucas aposta suas fichas no melhoramento do asfalto da cidade e na confecção de ciclovias, mas sofre com as críticas em relação ao abastecimento de água e aumento das taxas ao contribuinte, entre elas cerca de 70% de aumento na água e esgoto e gastos supérfluos com eventos que custaram aos cofres públicos quantias exorbitantes, somado aos altos gastos com publicidade e propaganda.
Na mira da Justiça
O que pode também barrar uma possível candidatura de Lucas Pocay são os diversos processos que enfrenta na justiça, sendo que alguns já tramitam em segunda instância, o que pode resultar na suspensão dos seus direitos políticos, ficando inelegível ao pleito municipal já em 2020.
Bloqueio de bens
Lucas chegou a ter o bloqueio de seus bens decretado. O primeiro bloqueio foi de R$43 mil em processo conhecido como “Escândalo da Casa dos Músicos”, em que o prefeito teria alugado um imóvel, sem licitação pública, para o uso dos professores de música. Porém o prédio em 2016 foi usado como comitê eleitoral por ele. Este processo ainda tramita na justiça e o Ministério Público pede também a condenação, além de Pocay, de mais três assessores. Não houve licitação, fato que, para o Ministério Público, teve o objetivo de “beneficiar pessoa certa”.
Em outro processo, o Ministério Público contesta a constituição da secretaria municipal de Assuntos Jurídicos. De acordo com entendimento do MP, a criação dos cargos seria ilegal porque as funções seriam análogas aos cargos de procuradores municipais e por isso os bens do prefeito Lucas e de mais quatro pessoas foram bloqueadas pela Justiça de Ourinhos. A decisão afeta os bens de Lucas Pocay até o limite de R$ 413.678,00. Também tiveram os bens bloqueados o secretário Pedro Vinha Júnior, o secretário adjunto Lucas Garcia Cadamuro, o diretor de Normas Administrativas Reginaldo da Silva Souza e a chefe do Procon, Vanessa Galvão Passos. A cada um foi estipulado um limite de bloqueio, variando de R$ 71 mil a R$ 151,8 mil. Além disso, a magistrada determinou o afastamento de todos os envolvidos de seus respectivos cargos, pelo prazo mínimo de 30 dias — e com prejuízo de vencimentos —, sob a justificativa de evitar “maiores prejuízos ao erário municipal”.
Vadinho
Apontado por muitos, o vereador Edvaldo Lúcio Abel “Vadinho” (PSDB), 58 anos, seria hoje o principal nome do partido para concorrer ao cargo de prefeito em 2020. “Hoje dentro do PSDB todo mundo acha e coloca o Vadinho como provável pré-candidato. Mas ainda é muito cedo e temos que aguardar o desenrolar das reuniões para definir”, destacou o vereador que está em seu 8º mandato como edil em Ourinhos e teve sempre expressivas votações. Na última eleição, em 2016, obteve 1465 votos, sendo o 4º vereador mais votado.
O que pesa a favor de Vadinho é sua total independência dentro do Legislativo, pois faz parte do trio de vereadores da oposição, o que o aproxima da população mais necessitada, que, muitas vezes, insatisfeita e indignada, enxerga no vereador uma esperança para seus problemas. Vadinho está há mais de trinta anos dentro da política ourinhense e sabe muito bem quais são as principais necessidades do município, por isso cobra com contundência no plenário da Câmara a atual administração.
Já um ponto desfavorável a Vadinho é foto dele nunca ter concorrido ao cargo no executivo e sempre no Legislativo.
Professora Maria Tereza
Cogitada por alguns, a ex-secretária de Educação de Ourinhos, que hoje ocupa a mesma função na cidade de Londrina (PR) (163 km de Ourinhos), a professora Maria Tereza Paschoal de Moraes, 38 anos, praticamente descarta a possibilidade de ser pré-candidata no ano que vem. “Acredito que não serei pré-candidata em 2020, não! Amo Ourinhos demais, mas tenho que encerrar meu ciclo aqui”, destacou a professora.
Maria Tereza é servidora pública desde o ano 2000. Assumiu a Secretaria Municipal de Educação de Londrina desde o início da gestão do prefeito Marcelo Belinati, em 2017, sem indicação política. Para comandar o cargo, ela passou por um processo de seleção, onde passou em primeiro lugar. Antes, dedicou 18 anos de sua carreira em Ourinhos, onde também atuou como secretária de Educação, entre 2013 e 2016.
Filiada ao PSDB, onde disputou eleição para o cargo de vereadora em Ourinhos, Maria Tereza surgiu como possível candidata justamente pelo currículo invejável na área da educação, onde em 2018 foi vencedora do Prêmio Espírito Público, na categoria educação, que premia a trajetória de servidores públicos que fizeram a diferença. O prêmio recebeu 375 inscritos, de todos os estados do Brasil, em diversas áreas. Como prêmio, a secretária Maria Tereza e outros três servidores públicos das áreas de Segurança, Gestão e Meio Ambiente receberam R$ 50 mil e uma viagem a Londres, para uma troca de experiência com instituições públicas britânicas.
Mas o que pesa contra a possível candidatura da professora à prefeitura de Ourinhos é justamente o seu sucesso em Londrina, que a distancia de nossa cidade e a deixa ainda mais envolvida com a cidade paranaense.
Alexandre Dauage “Zóio”
O vereador mais votado em 2016 em Ourinhos, com 1837 votos, Alexandre Araujo Dauage “Zóio” (PRB), 35 anos, foi por muitos apontado como o nome forte para concorrer ao cargo de prefeito de Ourinhos em 2020. Mas Zóio, que está em seu segundo mandato como vereador, não confirma que poderá ser pré-candidato, mas também não nega definitivamente a possibilidade de concorrer ao cargo máximo do município. “Hoje não sou pré-candidato”, disse o vereador em fala sucinta, que deixa em aberto a possibilidade.
Zóio é advogado e viu sua votação aumentar de 2012, quando obteve 1.486, para 1837 em 2016, o que o fez pleitear um cargo de deputado federal nas eleições de 2018, conseguindo o expressivo número de 11.022 votos, sendo que 6.764 só na cidade de Ourinhos, onde foi o segundo candidato a deputado federal mais votado, perdendo apenas para o deputado eleito Capitão Augusto (PL), que obteve 19.419 votos em Ourinhos.
O que pesa contra Zóio é o fato dele ser considerado vereador da base aliada do prefeito Lucas Pocay, o que fez com que sua participação na Câmara nesta Legislatura tenha ficado um pouco apagada. Mas o vereador dá indícios de que poderá, até o fim deste ano, deixar a base de sustentação ao prefeito e com isso, talvez consiga alavancar sua imagem mais combativa e independente, pela qual ganhou notoriedade em seu primeiro mandato, em que foi homenageado com a “Medalha Alferes Tiradentes – Colar Ouro”, considerado o vereador mais atuante de Ourinhos.
Professor Robson Sanches
Pré-candidato praticamente declarado, o Professor Robson Sanches (Patriotas), 38 anos, é um provável pré-candidato a prefeito em 2020. “Sim, acredito que serei pré-candidato. Estamos conversando com os partidos e nós queremos fazer uma nova política para Ourinhos. Já teve a época, 30 anos, onde passaram Claury, Toshio, Claudemir, Belkis e agora Lucas, que contribuíram sim com a cidade, mas precisamos ter uma renovação, uma nova política”, falou Robson, que foi candidato em 2016 e obteve 2812 votos, com 5,12% dos votos validos.
Professor universitário há 12 anos, Robson também é registrado no Conselho Nacional e Federal de Administração e participa de uma página no Facebook denominada TV SAN, onde, em vídeos, destaca acontecimentos do município.
O que pesa a favor de sua candidatura é o fato de explorar o discurso da renovação política e ter independência político-partidária, que lhe dá liberdade para criticar qualquer situação irregular que possa constatar. Já contra ao professor, tem o problema da construção de um grupo político, para que tenha apoio suficiente para ser um candidato viável e tenha votos para vencer as eleições.
Mário Ferreira
Via alternativa aos simpatizantes da esquerda operária no município de Ourinhos, Mário Ferreira (PT), 66 anos, é um provável pré-candidato ao executivo em 2020. Ele ainda não confirma, pois aguarda as convenções partidárias para bater o martelo. Em 2016, Mário foi o terceiro candidato a prefeito mais votado em Ourinhos, com 3546 votos, atrás apenas de Thoshio Misato (PSDB), que teve 14328 votos e do vencedor Lucas Pocay, com 34247 votos.
Mário nasceu entre Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, no Bairro da Prata. Filho de pai lavrador e mãe costureira, morou em um sítio até os 14 anos. Quando adulto, trabalhou como gráfico e estudou Contabilidade em um curso técnico. Mais tarde, formou-se em Ciências Biológicas e Farmácia Bioquímica e, como especialista na área de laboratório clínico, trabalha no ramo desde 1980. Cursou gestão de empresas e foi secretário de saúde de Bernardino de Campos durante seis anos. Atualmente, é responsável pelo Laboratório Santa Paula.
O que pesa contra Mário é a enorme rejeição a seu partido o Partido dos Trrabalhadores (PT), principalmente na cidade de Ourinhos, uma das cidades que mais apoiou e votou no atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas últimas eleições, no ano passado.