Professora e menina de 12 anos estão entre mortos no ataque a escolas em Aracruz

Seis pessoas permanecem internadas.
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Segundo informações atualizadas da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa), seis pessoas permanecem internadas após o ataque de um adolescente de 16 anos contra duas escolas no distrito de Coqueiral, em Aracruz (ES), na manhã desta sexta-feira (25). Eles são atendidos em três instituições hospitalares.

Três professoras foram encaminhadas para o município de Serra (ES), a cerca de 40 quilômetros do local dos ataques. Os estados de saúde de todas elas são consideradas graves. Com perfurações no corpo, as vítimas com idades de 38, 45 e 52 anos estão sendo submetidas a cirurgias no Hospital Estadual Doutor Jayme dos Santos Neves.

Outra professora, de 58 anos, está sendo atendida em Vitória, no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas”, a cerca de 65 quilômetros de Coqueiral. Com perfurações em membros inferiores, ela possui estado de saúde estável e seu quadro está sendo avaliado por exames laboratoriais e de imagem.

Também na capital capixaba, o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória atende dois alunos em estado gravíssimo: um menino de 11 anos atingido no abdome e uma menina de 14 anos ferida no crânio e que está atualmente entubada. Segundo a Sesa, ao todo foram atendidas 16 vítimas, com três mortes nos locais do ataque.

Professora

A professora de alfabetização Maria da Penha Pereira de Melo Banhos de 48 anos, conhecida como Peinha, é umas das vítimas fatais. Ela era professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti. A irmã da vítima, Santilha Pereira de Melo Perovani, disse que Maria da Penha trabalhava como professora há mais de oito anos e amava o que fazia.

Segundo a família, Maria da Penha morava no bairro São José, na região central do município, e seguia para o trabalho todos os dias. A professora era casada há 18 anos e deixa três filhos menores de 16 anos.

Formada em técnica de laboratório, Maria da Penha trabalhou durante muito tempo no hospital da cidade, mas segundo a irmã sempre sonhou em ser professora e atuava na escola estadual há menos de um ano como contratada.

Santilha contou que a família aguarda a liberação do corpo para os trâmites do velório e enterro. Disse que ainda não consegue acreditar em tudo o que aconteceu.

Menina de 12 anos

Selena Zagrillo era estudante do 6º ano de uma escola particular localizada em Coqueiral de Aracruz, a 22 km do centro do município. Selena foi umas das três vítimas que morreram ainda no local do ataque.

Ataque

A ação do adolescente teve início por volta das 9h30 e começou pela Escola Estadual Primo Bitti, onde ele arrombou o cadeado de um dos acessos e fez disparos na sala dos professores, causando duas mortes e deixando vários feridos. Em seguida, o atirador entrou em um carro e se dirigiu ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma instituição privada. No local, efetuou novos disparos, tirando a vida de uma aluna e ferindo outras vítimas.

A Polícia Civil iniciou de imediato a investigação que possibilitou a apreensão do adolescente, filho de um policial militar, que confessou o crime. Já se sabe que ele usou duas armas de responsabilidade do pai: um revólver de calibre .38, de propriedade privada, e uma pistola calibre .40, pertencente à Polícia Militar. Ele também levava três carregadores. O governador Renato Casagrande confirmou que, no momento do crime, o adolescente usava uma braçadeira com um símbolo nazista.

Imagens das câmeras de segurança registraram a ação. O atirador vestia roupa camuflada e uma máscara de esqueleto, similar à usada em fotos nas redes sociais por um dos autores do massacre ocorrido em 2019 na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP).

Durante a apreensão, o adolescente não explicou à Polícia Civil por que fez os ataques. O delegado João Francisco Filho disse que ele estava tranquilo e não manifestou arrependimento. A apuração preliminar apontou que ele fazia tratamento psiquiátrico. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o adolescente não tinha um alvo definido e que ele pode ter agido sob estímulo de grupos extremistas, que se organizam de forma virtual dentro e fora do Brasil.