Matéria destaca drama vivido por ourinhense preso em decorrência dos manifestos do dia 8 de janeiro em Brasília

Nelson Eufrosino teve só 15 minutos para velar o seu filho. Ele está preso em Cerqueira Cesar (SP).
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Uma matéria que circula nas redes sociais destaca a história de Nelson Eufrosino, ourinhense de 63 anos, atualmente detido na Penitenciária de Cerqueira César (SP), em decorrência das manifestações que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. O protesto resultou na depredação de prédios públicos, como o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).

A jornalista Ana Maria Cemin, contando com informações da Dra. Marta Padovani, advogada que assiste cinco brasileiros presos durante as manifestações, destaca o caso de Nelson Eufrosino, conhecido na comunidade de Ourinhos como um dedicado voluntário em serviços de ajuda humanitária.

Nelson, preso em abril de 2023 em uma das Operações Lesa Pátria, enfrentou tragédias pessoais, incluindo a morte prematura de seu filho Denner Leme Eufrosino, de 42 anos, em setembro do mesmo ano. A Dra. Marta, que assiste “pro bono” aos detidos, destaca a comoção na capela mortuária, onde as pessoas prestaram homenagens a Nelson, chamando-o de herói.

“Nelson chegou escoltado e depois de 15 minutos o levaram de volta para o presídio. Ao chegar, as pessoas que estavam no local começaram a chamar Nelson de herói, o que me comoveu. Percebi o quanto triste tudo isso foi para todos eles, inclusive para a filha Helena, de 6 anos, que não vê o pai desde que foi preso e não pode se aproximar no velório”, relata a advogada. Além desses dois filhos, Nelson tem ainda outros três filhos: Davi, de 13 anos; Lucas, de 23 anos; e Vyni, de 34 anos.

Amado por todos, Nelson é considerado um paizão e tem relacionamento com a comunidade onde presta serviços de ajuda humanitária. (Foto: Reprodução)

Nelson, mesmo com comorbidades que o afastaram do trabalho, continuava atuando voluntariamente em Ourinhos, realizando ações como a entrega de cadeiras de rodas, cestas básicas e campanhas de doação de medula. Seu afastamento das atividades profissionais ocorreu há dois anos, devido a uma série de condições de saúde.

Nelson manca, tem dificuldades para se locomover a longas distâncias, talvez por isso se preocupe em conseguir cadeiras de rodas para aqueles que precisam e não têm recursos. (Foto: Reprodução)

O caso ganha complexidade devido à sua participação nas manifestações em Brasília. O relato da advogada descreve que Nelson, mesmo com dificuldades de locomoção, participou da caravana de Ourinhos e se envolveu nas ações em Brasília. Ele foi filmado simulando depredação, um erro que ele atribui à vaidade e ao desejo de ser parte de um movimento contra o comunismo e autoritarismo, segundo a Dra. Marta.

Atualmente, Nelson compartilha sua cela com presos comuns, sendo tratado de forma respeitosa pelos colegas, que o chamam de patriota e herói. Contudo, ele enfrenta um momento difícil, vivendo o luto pela perda do filho e a incerteza sobre seu futuro no sistema prisional.

A advogada Marta Padovani tem buscado a revogação da prisão de Nelson, argumentando que ele precisa de tratamentos adequados para suas comorbidades. No entanto, enfrenta a resistência judicial sob a justificativa de que ele representa um risco para a sociedade. O caso destaca não apenas as circunstâncias do ocorrido, mas também levanta questões sobre a saúde e o tratamento adequado aos detidos em casos similares.

Com informações da jornalista Ana Maria Cemin