Alana Maldonado se tornou a primeira brasileira campeã paralímpica de judô neste domingo, 29. Prata na Rio 2016, a atleta de 26 anos, que é de Tupã (SP) (170 km de Ourinhos), confirmou o favoritismo de ser a atual campeã mundial e conquistou o ouro da categoria até 70kg em Tóquio. Foram duas vitórias por ippon até o triunfo por waza-ari na final contra Ina Kaldani, da Geórgia. O judô das Paralimpíadas é disputado entre pessoas com deficiência visual.
- Não caiu a ficha ainda. Eu queria fazer história, conquistar o primeiro ouro do judô feminino, como foi no Mundial, ser a primeira atleta paralímpica campeã mundial... Eu só tenho a agradecer a Deus, a minha família, meus amigos e a toda comissão técnica que estiveram junto comigo para realizar esse sonho. É único. Primeiro o Rio, em casa, e agora ser campeã paralímpica na terra do judô realizando meu sonho aqui. Não tenho palavras para explorar o que estou sentindo agora - disse Alana.
Foto: Mikihito Matsui/ CPB
E o Brasil voltou ao pódio do Budokan com o bronze de Meg Emmerich na categoria acima de 70kg. A brasileira de 34 anos havia sido bronze também no Mundial de 2018 e agora se torna também medalhista paralímpica. Lenda da modalidade, Antônio Tenório ficou perto do sétimo pódio na carreira, mas tomou uma virada e perdeu a disputa do bronze no golden score.
Aos 14 anos, Alana descobriu a Doença de Stargardt, que causa perda progressiva da visão. Judoca desde os quatro anos, ela então entrou para o judô paralímpico quando entrou para a faculdade. Conquistou uma prata inédita nos Jogos do Rio, foi a primeira brasileira campeã mundial em 2018 e agora se tornou também a pioneira de ouros paralímpicos.
Líder do ranking mundial e por isso cabeça de chave número 1, Alana precisou de apenas sete segundos para encaixar um ippon na italiana Matilde Lauria na estreia, já nas quartas de final. Ela teve mais dificuldade contra a turca Raziye Ulucam, mas também venceu por ippon na semifinal.
Na decisão, Alana dominou a luta contra Kaldani. As duas fizeram um primeiro minuto de luta muito estudado e acabaram tomando punição por falta de combatividade. A brasileira então foi ao ataque, mas foi em um contra-ataque que conseguiu o waza-ari aos dois minutos do confronto. Com a vantagem no placar, Alana soube administrar bem a reta final da luta, não deu espaço para golpes da georgiana e festejou o ouro inédito.
- Eu sabia que não seria uma luta fácil, é uma atleta que reverte muito bem e estava esperando para me reverter. Quando eu consegui o waza-ari faltava um 1min45, eu estava com um shidô, poderia tomar mais um, então a atenção depois do waza-ari dobrou para conseguir manter o volume para aguentar até o final - contou Alana.
Foto: Mikihito Matsui/ CPB
Com informações do G1