Chega o fim de ano e ficam as lembranças de anos passados; Ilusões Para o Ano Novo

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Ilusões Para o Ano Novo

Se aproximava o final do ano, contagem regressiva, os preparativos para as festas de Natal e Ano Novo, iam de vento em popa, o “Turcão” meu pai, era muito festeiro, descendente de italianos, apreciador de vinho tinto além de outras bebidas, demonstrado pelos dois ou três garrafões empalhados e lacrados com gesso, pendurados na parede, os três engradados de madeira com cervejas e dois de caçulinha.

Foto: Reprodução

A leitoa vinha ainda novinha antes do meio do ano para ser engordada no quintal lateral da casa, nos apegávamos a ela como se fosse um bichinho de estimação e era enorme a tristeza no dia do abate, ali mesmo, sem dó, os gritos ardidos, sequenciados ecoavam pela vizinhança anunciando que a festa seria farta, quanto mais encorpados os grunhidos, maior seria o tamanho do assado olhando para a gente em destaque na mesa da noite de natal, sacanagem, mas fazia parte, tinha que entender, eu pensava: "No ano que vem vou sugerir que comprem presunto, sou contra a matança de porcos".

Já estávamos meio crescidinhos e decidimos agir diferente naquele ano, mesmo sem a permissão dos pais resolvemos esperar acordados a chegada do Papai Noel, estava na hora de conhecê-lo, um contato pessoal, meus irmãos dormiram, mas eu aguentei firme, e desta vez foi quase, pois não é que ele chegou justo no raro período em que cochilei, na verdade se um irmão tivesse feito turno direito comigo teríamos sido as únicas crianças da vizinhança a ter tido contato com o bom velhinho, pensei no ano que vem vamos conseguir.

Foto: Reprodução

Meu pai tinha pago durante o ano todo o carnê das Cestas de Natal Amaral, valeu, foi bom para todo mundo, este ano adquirimos a n° 5, eu fiquei com o Pelé, meu irmão com o Gigante, minha irmã com a Emília e o disquinho, além de tantas guloseimas e bebidas mergulhadas na palha de madeira que acomodava e protegia as mercadorias na grande cesta de palha entregue pelo caminhão da empresa.

Foto: Reprodução

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Ainda não foi desta vez, mas concorremos a muitos prêmios, automóveis, joias e até casas totalmente mobiliadas.

Quem sabe também no ano que vem, afinal a ilusão é a última que morre.

(Reveja outras crônicas - Clique na foto acima)