Estado do Paraná abre processo contra Econorte que administra pedágio de Jacarezinho

Resolução que cria grupo de trabalho que vai atuar na apuração da responsabilização da Econorte foi publicada na segunda-feira (26) no Diário Oficial do Estado do Paraná.
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A Controladoria-Geral do Estado (CGE) do Paraná separou as investigações sobre as seis concessionárias que administram as rodovias do Anel de Integração e abriu o primeiro Processo Administrativo de Responsabilização (PAR), que busca apurar eventuais crimes que tenham lesado o Estado.

A resolução que cria o grupo de trabalho, que vai atuar no PAR da Econorte, foi publicada no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (26). Ex-administradores e ex-funcionários da concessionária são réus em uma ação decorrente da Operação Lava Jato por suspeita de pagamento de propina a servidores públicos pra obter vantagens no contrato.

A Econorte, que administra o pedáfio de Jacarezinho (PR), que faz divisa com Ourinhos, informou que sempre contribuiu de forma transparente com todas as autoridades e segue à disposição para prestar os esclarecimentos necessários para a elucidação dos fatos.

Pedágio de Jacarezinho voltou a funcionar no dia 11 de agosto (relembre) 

 

Entenda a denúncia sobre a Econorte

Os procedimentos contra as outras cinco empresas serão criados de acordo com um cronograma estabelecido pela CGE, e a expectativa é que todos sejam abertos até o fim de novembro.

Além da Econorte, são investigadas as concessionárias Viapar, Ecovia - Caminhos do Mar, Caminhos do Paraná, Ecocataratas e CCR Rodonorte.

Procurada, a Viapar informou que não vai se pronunciar no momento.

Em nota, as concessionárias Ecovia e Ecocataratas, controladas pela EcoRodovias, informaram que não podem se manifestar até a homologação, pela Justiça Federal, do acordo de leniência celebrado com o Ministério Público Federal (MPF) , no qual se comprometem a reduzir em 30% o valor da tarifa de pedágio por pelo menos 12 meses e a arcar com R$ 20 milhões e R$ 130 milhões, respectivamente, em novos investimentos nos trechos de concessão.

A Rodonorte informou, também por meio de nota, que assinou acordo de leniência com o MPF, que foi homologado em março deste ano.

"A Companhia está cumprindo rigorosamente os termos do acordo e continua contribuindo com as autoridades para o esclarecimento dos fatos envolvendo a holding e suas controladas. A empresa também mantém o compromisso de comunicar seus acionistas e o mercado eventuais novos desdobramentos que tiverem relação com esse Acordo de Leniência", diz a nota.

 

Procedimentos na CGE

Segundo a CGE, a abertura dos procedimentos não impede que as empresas procurem a Corregedoria caso tenham interesse em firmar acordos de leniência, que buscam restituir ao cofres públicos valores desviados, caso de atos ilícitos sejam comprovados.

 

A comissão

Uma comissão, formada em outubro do ano passado e integrada por empregados do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) previa as investigações um único processo.

Porém, a avaliação foi de que o andamento do processo levaria muito tempo, além de ser mais complexo, por envolver as seis empresas.

Para dar seguimento às investigações, de forma independente e isenta, a área de corregedoria foi reestruturada e instalada em um espaço específico para a apuração, recebendo reforço de pessoal, conforme a CGE.

 

Prazos

O PAR aberto para apurar possíveis ilícitos cometidos pela Econorte tem como base a Lei Federal Anticorrupção e a Lei das Licitações. O prazo para conclusão do trabalho é de 180 dias e pode ser prorrogado por igual período, caso seja comprovada a necessidade.

De acordo com a CGE, um Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) abrangendo as seis concessionárias, instaurado há 90 dias e que soma mais de 30 mil páginas, já levantou suspeitas de irregularidades.

Informações G1