Com a proposta de debater a Gestão Pública em nosso município, o Passando a Régua, inicia nesta segunda-feira, 29, uma séria de entrevistas e reportagens, que abordarão aspectos e a história da gestão pública praticada em nossa cidade.
E começamos a série com a ex-prefeita de Ourinhos, Belkis Gonçalves Fernandes, eleita em 2012, que ficou à frente da prefeitura de janeiro de 2013 a dezembro de 2016, quando decidiu não disputar a reeleição e praticamente encerrar a sua carreira política.
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”, falou a ex-prefeita.
O Passando a Régua foi recebido na casa da ex-prefeita em Ourinhos e a entrevista foi conduzida pelo jornalista Gera Laperuta, que destacou o fato de Belkis ter tido todas as suas contas aprovadas, tanto pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), como pela Câmara Municipal de Ourinhos, que votou o parecer favorável emitido pelo TCE-SP.
Belkis também foi questionada sobre a situação financeira que entregou a prefeitura para o atual prefeito, Lucas Pocay, e negou ter deixado dívida na ordem de mais de R$70 milhões como falou o prefeito e sim, deixou as contas pagas e ainda dinheiro em caixa. Os R$ 70 milhões correspondem as dívidas de longo prazo, adquiridas em gestões passadas, que o próprio TCE-SP em seu relatório apontou que na gestão de Belkis Fernandes a dívida diminuiu e não teria aumentado.
“Esses 70 milhões não foram contraídos em nossa gestão. Todos sabem que não deixei dívida. O próprio relatório aponta isso. Houve uma distorção na divulgação e se eu tivesse deixado essa dívida, seriam reprovadas as minhas contas”, destacou a ex-prefeita.
Belkis também disse que em 2016 extinguiu todos os cargos em comissão da prefeitura, em exceção aos secretários, e chegou a enviar um projeto de restruturação que foi negado pelos vereadores. “Por questões políticas eles não aceitaram o meu projeto”.
Outro tema abordado foi a FAPI (Feira Agropecuária Industrial de Ourinhos), em que a ex-prefeita foi taxativa em dizer que nunca fez repasse do caixa da prefeitura para promoção do evento e sim a prefeitura sempre contribuiu com a cessão de servidores, pagando as contas de luz e apenas colando a cobertura no parque de exposições.
“Nunca houve repasse. A mão de obra era toda da prefeitura. A partir de 2014, quando o “Brigadeiro” resolveu parar, aí buscamos parcerias para não acaber com o evento. E nesse período, também não houve repasse”. Belkis ainda destacou que em todos os anos a prefeitura e os organizadores sempre fizeram uma prestação de contas.
Outra informação passada pela ex-prefeita, foi em relação a um convênio firmado entre a Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos (SAE) e a Caixa Econômica Federal de cerca de R$ 18 milhões e 808 mil, a juros baixos, com diversas prestações, que foi firmado pelo município e teria o objetivo de financiar uma Estação de Tratamento de Esgoto, na bacia do Rio Pardo, que não teve sequência pela atual gestão do prefeito Lucas.
“Se não recebeu até agora este recurso. A SAE perdeu. Como já faz mais de dois anos, devem ter perdido”.
Confira a entrevista em vídeo na íntegra, sem cortes e edições.