Ex-vereador Gabriel Monteiro é condenado por invasão de hospital durante a pandemia

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A juíza Maria Tereza Donatti, do 4º Juizado Especial Criminal do Leblon, condenou o ex-vereador Gabriel Monteiro a um ano de detenção e 360 dias-multa. A pena foi convertida pela magistrada em prestação de serviços comunitários pelo mesmo período.

A condenação refere-se a um episódio ocorrido em 26 de março de 2021, durante a pandemia de Covid-19. Na ocasião, Monteiro, acompanhado de assessores, invadiu áreas restritas do Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional do Leblon, no Rio de Janeiro, alegando realizar uma "vistoria" na unidade hospitalar.

Invasão e Riscos
O grupo, sem autorização e sem treinamento técnico, vestiu Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) destinados à equipe médica e entrou em áreas onde estavam internados pacientes em estado crítico, incluindo 20 pessoas em ventilação mecânica infectadas pelo coronavírus.

Além disso, os invasores utilizaram celulares sem higienização adequada e se dirigiram a um segundo CTI, onde estavam pacientes com outras doenças graves. A ação colocou em risco os pacientes, que dependiam de cuidados extremos, e os profissionais de saúde, expondo-os à possibilidade de contaminação cruzada.

Declaração da Magistrada
Na sentença, a juíza Maria Tereza Donatti destacou a gravidade das ações do ex-vereador, mencionando que Monteiro, como representante eleito, deveria agir de acordo com a lei.

"Não estamos aqui tratando do cidadão que foi à praia sem máscara durante a pandemia e acabou detido por policiais. O que temos aqui é um ex-vereador, que foi cassado pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro por quebra de decoro parlamentar, pois investigado por estupro de vulnerável, assédio contra assessores, exposição vexatória de pessoas em situação de rua, e etc. Como mandatário do povo, deveria ele agir conforme a lei, mas dela ele se afastou, em busca de promoção pessoal em seus canais veiculados pela internet", afirmou a juíza.

Histórico Controverso
Gabriel Monteiro, que já havia sido cassado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro por quebra de decoro parlamentar, enfrenta outras investigações, incluindo acusações de estupro de vulnerável e assédio.