João Neto: A Vida é Doce

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Após alguns mal-estares como: desânimo, sede terrível, secura na boca, emagrecimento, entre outros, decidi ir ao médico... Após uma bateria de exames e outra bateria de perguntas o médico foi taxativo: Diabetes!

Minha noooossa, diabetes?

E agora, João?

Bem, o médico até que não aterrorizou muito:

- De cara você deve mudar radicalmente (ele disse "radicalmente" olhando nos exames e dentro do meus olhos) sua rotina alimentar: corta o açúcar, o refrigerante, as massas, os tubérculos e diminui o arroz! Ah, aqui tá sua receita: Glifage e Gliclazida!

Ah Doutor...

Tá certo que é sua função cuidar do paciente, mas o senhor desconhece minha vocação de homem-formiga: Sou assíduo degustador de doces, de todo tipo, desde criancinha!

Eu engraxava sapatos para ganhar o dinheiro do doce e, pasme Doutor, eu gostava de "doce de bar" - da paçoca ao doce de abóbora de coração, comprados nos bares da minha infância!

Refrigerante também não?

Afirmo que, nos tempos de criança era muito caro tomar “Coca-Cola”. A saída era Q-suco ou a caçulinha da Caiçara.

Sim...Tubaina ou sodinha da Caiçara era o que a gente mais gostava, o "Pudim" entregava os engradados de caminhão, de casa em casa, o que hoje chamam de sistema delivery.

A gente furava a tampinha com prego e martelo, colocava o dedo no furinho da tampa e dava um boa chacoalhada para aumentar a pressão, aquilo era excepcional, o sentir a espuma fervilhando e fazendo cosquinha na língua.

Em casa não tinha geladeira, deixávamos a garrafinha submersa no tanque com água por algum tempo, resolvido: ficava geladinha, era só degustar bem devagarinho!

E agora o senhor me proíbe de tudo... Claro que o senhor está certo, vou seguir à risca, mas acredite: Jamais esquecerei as doçuras que experimentei, afinal, a vida continua sendo doce!

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