João Neto: Amor de Carnaval

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Bastou a tv anunciar os desfiles das escolas de samba no Rio e em São Paulo, além do desfile de blocos Brasil afora, lembrei-me dos bailes de Carnaval nos salões de antigamente. 

Entre confetes e serpentinas a gente derramava o suor, era uma alegria infinita, amparada pelo respeito, principalmente. 

Em 1974, com 14 anos, fui convidado por um amigo do Grupinho (Virgínia Ramalho) para pular o Carnaval no "Palmeirinha da Vila Margarida" (foto acima). 

Evidente que nossa idade só permitia entrar na matinê. 

Putz... Que emoção, meu primeiro baile de carnaval. 

Lá conheci uma menina toda produzida, vestida de "palhacinha", dizia ser de Sorocaba, acho que não disse o nome, se disse eu não a ouvi.

Eu, "simprão" de tudo, fui de camiseta regata, shorts e kichute. Ah, o perfume, Styletto, peguei escondido do meu irmão. 

Inesquecível aquele momento, havia uma banda toda animada, tocando as grandes marchinhas de carnaval, de "Cabeleira do Zezé" e "Me Dá Um Dinheiro Aí" até "Se Você Pensa Que Cachaça é Água ".

Eu rodopiei naquele salão por horas, até anoitecer, de mãos dadas com a “palhacinha” que não economizava olhares pra mim. 

No fim do baile, na saída do salão, embaixo de um colossal pé de santa bárbara, rolou um amasso de tirar o fôlego, daqueles que o coração dispara!

Apaixonei!

Voltei na matinê do domingo, bem mais solto e absolutamente gamado na menina vestida de “palhacinha”, que não apareceu naquele domingo à tarde, nem na segunda, nem na terça. Infelizmente nunca mais a vi!

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