João Neto: Conversas Banais

Compartilhe:
Semana passada entramos numa de relembrar coisas que, de certa forma, marcaram nossa adolescência e juventude.
Devido à diferença de idade, é evidente que as preferências não foram unânimes, nem tampouco houve consenso naquilo que cada um vivenciou.

A discussão começou em torno do “Kichute”, um calçado meio tênis, meio chuteira, da Alpargatas, talvez o precursor dos calçados chulezentos.

Seguimos o debate discutindo uma batelada de assuntos - de cantores a filmes preferidos: de Roberto Carlos a Michel Teló, de Caçadores da Arca Perdida a ET... Aí entraram RPM, Creedence, Menudos, Tiazinha, Feiticeira e Dany Bananinha - Clint Eastwood, Marilyn Monroe e Alícia Silverstone (reparem que a idade dos filmes, dos personagens e dos grupos são totalmente antagônicos).

Os mais jovens citaram McDonald’s e Burguer King, os mais velhos o lanche de pernil do Bar Marabá.

No auge da discussão ressuscitaram o Macgyver, um "jumento" metido a cientista, que com apenas um palito de fósforo e um papel de bala mandava uma cidade inteira pelos ares. Falaram, ainda, do tempo em que a Simony era “bonitinha” e a Xuxa era gostosa...rárárá, agora o “papo” ficou sério!

Eu, o mais velho, espera, velho não: experiente, fui “zoado” quando afirmei que havia usado calça “boca de sino”, sapato plataforma e camisa “volta ao mundo”. O Ivan me salvou quando citei o saudoso apresentador Alborghetti , que hoje, é figurinha carimbada nos tais “memes” dos Tiktok’s da vida.

Eu nem quis comentar que a atriz de pornochanchada Matilde Mastrangi (ah, a Matilde Mastrangi!) foi, durante anos, a musa dos meus banhos demorados - eles não iam saber de quem eu estava falando mesmo!

Resolvi ficar quietinho no meu canto, afinal, na condição de último discípulo de Bob Dylan jamais conseguiria explicar a delícia que era tubaína e pão com mortadela, justamente para esses clientes da Coca-Cola, dos hambúrgueres americanos e fãs da Anita!

No dia seguinte o Ivan postou no meu “face” um antigo jingle bancário: “O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa – du du du du...”.

Ivan, se prepara, no próximo encontro a gente continua a conversa... Aí vou falar dos Terríveis, do Centro Comunitário e do CSU, certamente vocês entenderão o significado da frase “fomos felizes”.
 
 Carteirinha de sócio do Clube dos Jovens Terríveis (Arquivo João Neto)