João Neto: Malucos beleza!

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No nosso tempo, principalmente na Barra Funda, muitos personagens reais e enigmáticos marcaram presença.

Uns com déficit intelectual, outros pelo alcoolismo, outros por particularidades que os tornava "estranhos".

Perambulavam pelas ruas... E sério, botavam medo na molecada.

Começamos com o "Vermeião" e o "França", que carregavam a aparência do "homem do saco".

"Zé Toicinho", dizem, atacava mulheres.

Dona Finoca Benzedeira, fazia benzimentos no esquema "delivery" (de casa em casa).

"Pelegrino", talvez o primeiro ourinhense a assumir sua homossexualidade!

"Cota", uma negra que morava na Rua Pará, diziam que era macumbeira, penso que era apenas solitária.

"Canuta", perambulava pelas ruas carregando um balde com lavagem, dizia que iria se casar com Roberto Carlos, era inofensiva, porém entrona.

"Manivela", ficava na entrada do Cine Pedutti, nunca ouvi falar que tenha feito mal a alguém, porém, tinha um tique nervoso, dava a impressão que estava chamando pra briga.

"Mazzaropi ", morava na Rua Paraíba, só vivia bêbado, era um baita humorista!

"Zé Dia", vivia caído na calçada do Bar do Celestino, o álcool o deixou inchado, seus pés pareciam uma bola.

Dessa mesma vertente comportamental, pelas ruas da cidade, havia outros vários: Mangaia, Viva, Brucutu, Bita, Zé Bonito, Bastianinha, Marcha Lenta, Biligancho e Mirtão que, aliás, ainda vive.

Sem qualquer depreciação e com respeito, afirmo: devemos incluí-los como almas livres, os tais "malucos beleza"!
Acreditem, fizeram parte da história da cidade!