Vocês nem imaginam o "Deus nos acuda" que era quando a professora de História pedia, para completar a nota do bimestre, um trabalho de pesquisa sobre alguma personalidade histórica.
Na verdade, ela queria nos ajudar, porém, as fontes de consultas eram escassas: A biblioteca da escola era minguada, não tínhamos a Enciclopédia Barsa - que custava uma fortuna e, obviamente, ainda não existia a internet, muito menos o Google.
O jeito era recorrer às velhas revistas "Manchete" ou "Cruzeiro" ou, se tivesse a sorte de cair no grupo de algum aluno ou aluna mais rico: na casa deles sempre havia uma estante recheada de livros de história.
Meu irmão mais novo, Arnaldo, mais conhecido como "Fiel", corintiano fanático, chato pra “dedéu”, certo dia me pediu ajuda:
- Marreco, você que é bom de escrita, me ajuda pesquisar sobre Sócrates?
- Ajudo, mas onde vamos pesquisar?
- Eu emprestei, do Cadiô, um monte de "Revista Placar" e bastante jornal "A Gazeta Esportiva"... Tenho certeza de que alguma coisa do "Doutor" a gente encontra! Foi categórico.
Eu fiquei ressabiado, que professor pediria pra fazer trabalho sobre jogador de futebol? Mas, fiquei na minha.
Como participei de toda pesquisa até decorei a vida do camisa 8:
"Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira: futebolista, nascido no Pará, iniciou a carreira em Ribeirão Preto, médico formado.
Sócrates atuou como meio-campista no Corinthians, onde foi ídolo, considerado um dos grandes craques da Copa de 82, apelidado como: "Calcanhar de Ouro", "Magrão" ou "Dr. Sócrates."
Eis que chegou o dia do "Fiel" entregar o trabalho... Eu tinha quase certeza que ele trocou o "Sócrates Filósofo" pelo "Sócrates Futebolista", fiquei esperando seu "feedback", ele nem comentou.
Não resisti e perguntei:
- E aí, quanto foi a nota do seu trabalho?
- Tirei 10! E emendou:
- O trabalho era sobre outro Sócrates, mas como o Professor é corintiano me deu 10.
Pensa numa raça unida!
Confira outra história – clique aqui