É sério, não tenho simpatia alguma pelo mês de agosto, nunca embarquei nele... Agosto traz consigo o resto do frio, os dias aparentam tristeza e melancolia e, pra falar a verdade, agosto carrega o lusco-fusco da escuridão, feito vidro fumê!
Agosto é tão “miserento” que até a florada dos ipês não duram mais que sete dias: o ipê rosa sete dias, o amarelo cinco dias e o ipê branco dois dias.... sem contar que em agosto o vento faz a fresta da janela assobiar, na melhor versão dos "ventos uivantes, ah - é o mês do cachorro louco, também.
Na história, o mês de agosto carrega incontáveis páginas de monstruosas tragédias:
No início da Primeira Guerra Mundial, Hitler foi nomeado Chefe Supremo do 3° Reich, a bomba atômica foi jogada em Hiroshima no dia 6, Getúlio Vargas suicidou-se, JK perdeu a vida em acidente estranho e, apesar de ter ocorrido no mês seguinte, o 11 de Setembro foi tramado em agosto!
Portanto...
Não é por acaso que atravesso todo mês de agosto com o humor no modo borocoxô.
Sabe aquele ditado que diz: "a hora mais escura da noite é um evidente sinal que está para amanhecer"...
Então...
O mês de agosto tem até seu ponto positivo, é sinal que a primavera é logo ali, setembro se abrirá e os jardins florirão, os pássaros começarão a namorar, e a vida se fará de novo, vestida em mil cores, em puríssima forma de luz!
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Este texto é do escritor João Neto, um escritor do cotidiano, foi rotulado, pelo crítico Lau Pacheco, como "piloto da caravela da saudade", em virtude do resgate de momentos vividos na infância e adolescência em Ourinhos.
Após ter seu conto "Ainda Bem Que Você Veio" viralizado nas redes sociais, ficou conhecido em todo o Brasil. Publicou seu primeiro livro de contos e crônicas em 2019.
João Candido da Silva Neto nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e veio para Ourinhos com 7 anos em 1967. Ele atuou na COPEL (Cia Paranaense de Energia) onde aposentou-se em 2019. Em 2012 se tornou escritor, tendo seus contos e crônicas publicados semanalmente na Folha de Londrina.
