Logo depois da meia noite um temporal passou por aqui... Os meteorologistas já haviam alertado da chegada da tempestade que, hoje, denominam "ciclone extratropical" (olha que nome chique).
Entretanto, a força do vento não foi tão grande assim.
Em outros tempos, meu pai, que estudou até o terceiro ano do primário, teria feito uma previsão mais próxima da realidade... Sim, pelo grau de dor no seu joelho, ele já antecipava se o temporal seria severo, forte ou suave.
Se ele dissesse que o joelho estava muito dolorido podia esperar grandes estragos:
- Conceição, bota a molecada pra correr, recolham as roupas do varal, guardem a frangada no galinheiro e pede pra fecharem as janelas e portas.
Realmente ele acertava, sempre.
O bom de tudo isso era que, com todos nós encorujados dentro de casa, sempre mamãe preparava bolinhos de chuva e café coado na hora, verdadeiramente um momento feliz, ouvir o vento assoprando nas frestas das janelas, um tempinho para uma lida no "almanaque catarinense", uma vela acesa aos pés de Nossa Senhora, no oratório no canto da sala.
Foto: Reprodução
Tudo fazia parte do combo da felicidade, um ritual de positividade na homilia de nossas vidas.
Pois é, hoje esses valores ficaram perdidos no tempo, o mesmo tempo que se encarregou de tornar nossas almas menos humildes!
Tudo passa!
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