João Neto: Toca uma romântica, locutor!

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No início dos anos 70, até quase 1990, meus contemporâneos (eu incluído) sonhavam em ter um toca-fitas com gravador.

A ideia era gravar as músicas preferidas numa mesma fita cassete, com repertórios e artistas diversos, de Júlio Iglesias a Santa Esmeralda, de "Muito Estranho" a "Champanhe", a finalidade era arrasar nos bailinhos de garagem... Quem gravava a fita com a melhor "playlist" ganhava pontos com as "minas"!

Todos haverão de lembrar que era trabalhoso, quase artesanal, gravar uma fita cassete com qualidade, alguns detalhes eram inescapáveis:

Rebobinar a fita cassete usando caneta Bic, dois objetos feitos um para o outro.

Colar as fitas com durex para poder gravar as fitas vendidas pelas gravadoras, que vinham lacradas e seladas.

Esperar a música tocar no rádio para apertar REC do gravador. Havia locutor que falava a hora no meio da música... É evidente que a gente xingava até a quinta geração do sujeito.

Quando começava a dar muito chiado no som ou até enrolar a fita, era só pegar um algodão com álcool e fazer a faxina no cabeçote do gravador.

Às vezes, o próprio aparelho destruía a fita sozinho, engolia tudo. E a gente corria no Sakai para consertar.

Como minha mãe era "rádio-escuta", eu sabia que os melhores programas para garimpar músicas eram os chamados "love songs", no finalzinho da noite, na Rádio Clube o Osvaldo Lazarini apresentava um deles, confesso, “as mina” pirava no repertório.

Mãe de João Neto foi "rádio escuta" na Rádio Clube de Ourinhos AM 820kz (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, ouvir e gravar música está totalmente ao alcance das mãos ou da boca, basta você pedir:

- Alexa... Toca "Cantare é D'amore" - Amedeo Minghi!

Ah, essas modernidades!

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