João Neto: Uma carta para Humberto

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Um leitor da Nova Zelândia entrou no meu “Messenger” e escreveu o seguinte comentário:

- João Neto, adoro ler suas crônicas, peço que não fique muitos dias sem escrever, lendo-o sufoco minha saudade do Brasil; suas crônicas levam um pouco da minha história”.

Pois bem, caro Humberto, quando terminei o serviço militar obrigatório, em 1979, recebi convite para trabalhar na construção civil no Iraque, Construtora Mendes Júnior, especificamente em Bagdá.

Apesar da possibilidade de rendimentos vinte vezes maior do que eu recebia, trabalhando como serralheiro em Ourinhos, tenho que confessar: Os petrodólares da antiga Mesopotâmia não me seduziram, tive medo de me aventurar numa região de eternos conflitos (este medo se materializou com a guerra Irã x Iraque alguns anos depois).

É evidente que, quando saímos do país, além de novos horizontes e dinheiro, saímos mesmo é em busca da felicidade.

Ilustração feita por IA (Inteligência Artificial)

Hoje, lendo seu depoimento, fiquei um tanto saudosista quando afirmou que sentia falta do arroz com feijão da sua mãe, dos amigos de futebol, de pescar lambaris na represa de Chavantes, do seu Corinthians e saudade de Ourinhos. Acho que você exagerou quando disse que tinha saudades, até, do som do carro da pamonha (pamonhas, pamonhas, pamonhas!).

Portanto, sou obrigado a alertá-lo que:

- Acredite se disserem que o Brasil continua lindo e o sol faz morada aqui;

- Se tecerem elogios a políticos brasileiros, é mentira;

- Se disserem que o Brasil é o país da corrupção, é uma verdade absoluta!

- Se perguntarem se Buenos Aires é nossa capital, mande o cara estudar.

- Explique que o que tem de melhor no Brasil é o seu povo.

Desejo-lhe felicidades, saúde e paz!

Fique tranquilo - vez em quando mando notícias!

Abração Humberto!

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