Ourinhos agora tem a “Semana Municipal de Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural de Ourinhos”, confirmada pela Lei nº. 6.549, sancionada e publicada nesta terça-feira, 13, no Diário Oficial do Município.  De autoria do vereador Edvaldo Lúcio Abel “Vadinho” (PSDB), a semana deverá ser realizada, anualmente, na semana que compreende o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, comemorado em 17 de agosto, próximo sábado.

"Art. 2º. Durante a “Semana Municipal de Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural de Ourinhos” deverá ser dada total publicidade aos Patrimônios existentes, o resgate da história do município e dos que participaram, envolvendo várias atividades como: debates, palestras, simpósios e eventos relacionados à proteção e preservação do Patrimônio Histórico e Cultural".

Em sua justificativa, Vadinho destacou que está na;

“Constituição Federal no seu Artigo 216, § 1°, estabelece que o Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e de outras formas de acautelamento e preservação. Já a Lei Orgânica do Município, no seu Artigo 2°. “A organização do Município observará os seguintes princípios e diretrizes: XI - a preservação dos valores históricos e culturais da população.”

A Praça Prefeito Camargo, localizada no Centro da Cidade, foi criada em 1948 para homenagear o prefeito Benedito Martins de Camargo, falecido em 1939. Atualmente, é mais conhecida como Praça da Catedral ou Praça da Matriz (Foto: Pertence ao patrimônio histórico de Ourinhos)

"Muitos dos patrimônios e sua história são desconhecidos da sociedade Ourinhense, este projeto propõe ações que irão contribuir para dar mais visibilidade aos locais históricos e contribuir também com a preservação da história e da cultura de Ourinhos por meio de ações que valorizem o Patrimônio Histórico e Cultural da cidade.

A exemplo disso, muitos Ourinhenses desconhecem que a cidade de Ourinhos, por sua localização geográfica, teve importante papel na Revolução de 1932", disse o vereador.

Ourinhos foi palco de ações militares por ocasião da "Revolução de 1932". Ao que tudo indica, formaram-se na região dois batalhões : "Teopompo" em Ourinhos e "Ibrahim Nobre" em Salto Grande, do qual fez parte o jornalista Miguel Farah.

Na foto abaixo vemos o Batalhão "Teopompo" posando em frente ao coreto da Praça Melo Peixoto. No centro da foto vemos o Padre Vitor Moreno, vigário local. Nela também identifico o capitão Carlos Amaral e ao lado da Bandeira Brasileira, Laudelina do Amaral, esposa de José Felipe do Amaral, que foi prefeito de Ourinhos.

"As tropas federais, vindas do Sul, tinham que atravessar o Paranapanema para chegar a São Paulo, portanto, a região circunvizinha ao rio foi palco de luta intensa, com bloqueio de ferrovia, ataque a trem blindado. A região da chamada “Pedra Criminosa”, nas margens do Paranapanema, sediou tropas federais até a invasão de Ourinhos ou como foi o início da fundação da cidade de Ourinhos, onde era um pequeno povoado, que se tornou o Distrito da Paz, subordinado a Salto Grande de Paranapanema, em 1915. Três anos depois foi elevado à categoria de município, em 13 de dezembro de 1918, cuja instalação se deu a 20 de março de 1919.

A valorização da memória e da história de um povo está relacionada à preservação do seu patrimônio histórico e cultural".

 

Na área do atual Clube Diacui, formaram-se trincheiras das tropas paulistas para dar combate às tropas legalistas vindas do Sul, acantonadas do outro lado do Rio Paranapanema.

A luta estendeu-se, em território paulista, até 2 de outubro de 1932.

Com a derrota de São Paulo, tropas legalistas entraram em território paulista por Ourinhos e Chavantes, em direção à capital paulista.

A foto abaixa foi publicada num suplemento do "Jornal da Divisa", de 9 de julho de 1982, organizado pelo jornalista Benedito Pimentel por ocasião do cinquentenário da revolução.

Ela foi tirada na entrada da ponte ferroviária metálica sobre o Rio Paranapanema, no dia 7-10-1932. Pela data, após o término da luta, os soldados que ali são vistos devem ser soldados legalistas.

Foto: "Jornal da Divisa", de 9 de julho de 1982, organizado pelo jornalista Benedito Pimentel 

Rua Paraná, ao lado do Banco Comercial e da residência do gerente (Acervo: José Carlos Neves Lopes)