Morre Zé Nogueira, grande saxofonista e produtor musical do Boca Livre e da MPB

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O mundo da música brasileira está de luto com o falecimento do renomado saxofonista e produtor musical José Augusto Nogueira, conhecido carinhosamente como Zé Nogueira. Nascido em 21 de julho de 1955, Zé Nogueira dedicou sua vida ao som do sax soprano, sendo o único instrumentista brasileiro a dominar exclusivamente esse tipo de saxofone. Porém, como nos lembra a vida, tudo é efêmero, e a vida de Zé Nogueira foi encerrada na madrugada desta sexta-feira, 26 de abril de 2024, aos 68 anos, em sua cidade natal, o Rio de Janeiro.

Segundo relatos do produtor Marcus Preto, Zé Nogueira, que já enfrentava problemas cardíacos controlados, não resistiu a uma convulsão. Sua partida repentina deixou uma lacuna imensa no cenário musical brasileiro, especialmente para o grupo Boca Livre, com quem estava trabalhando no álbum "Rasgamundo", programado para lançamento em 17 de maio.

O legado de Zé Nogueira se estende por décadas na música brasileira. Sua presença marcante pode ser encontrada em discos icônicos, como "Luz" (1982), de Djavan, e "Simples e Absurdo" (1991), songbook da obra de Guinga e Aldir Blanc. Formado em instituições renomadas como o Conservatório Brasileiro de Música, a Escola Nacional de Música da UFRJ e a Berklee College of Music, nos Estados Unidos, Zé Nogueira iniciou sua carreira nos palcos do teatro carioca nos anos 1970, integrando espetáculos como "Gota d'água" (1975) e "Ópera do malandro" (1978).
 
Ao longo de sua trajetória, Zé Nogueira colaborou com os maiores nomes da MPB, deixando sua marca em gravações e apresentações ao lado de Chico Buarque, Djavan, Edu Lobo, Ivan Lins, Ney Matogrosso, entre outros. Como artista solo, lançou álbuns marcantes como "Disfarça e Chora" (1995) e "Carta de Pedra – A música de Guinga" (2008).

Além de seu talento como músico, Zé Nogueira teve um papel fundamental na revitalização da obra de Moacir Santos ao produzir os álbuns "Ouro Negro" (2001) e "Choros & Alegria" (2005) em parceria com Mario Adnet.
Em suma, Zé Nogueira pode ter partido como um sopro na vida, mas ao longo de seus 68 anos, ele soprou arte da mais alta qualidade como saxofonista e produtor musical, deixando um legado imortal na música brasileira.