Hoje (14), às 7h30, fui buscar meu neto pra passar o dia comigo, no rádio do carro, o locutor anuncia a morte de Freddy Rincon, um meio campista que parecia jogar de terno... O próprio locutor afirma que ele era muito querido pelos colombianos, acima de tudo um grande patriota, lembrou.
Enquanto ouço a notícia, cruzando a BR-153, me deparo com um grupo de motociclistas, em comboio, seguindo sentido Curitiba, cada um com uma bandeira do Brasil presa nas rabetas das BMW's!
Um amigo comenta, no WhatsApp, sua saudade de cantar o Hino Nacional e hastear a bandeira do Brasil.
Tudo isso me fez lembrar do Grupinho, a primeira atividade era, em ordem e em fila, cantarmos o Hino Nacional.
No intervalo, a hora da sopa ou do achocolatado... Fila ordeira também, tudo era metódico e disciplinado.
A gente ficava em pé quando o professor entrava na sala de aula... O respeito aos mestres era fator inegociável.
Medo? Claro que tínhamos, mas só da "loira do banheiro"!
Ostentação era ter dinheiro para comprar salgados na cantina, logo, uma área proibida pra maioria de nós.
Acreditem... Para entrar na quinta série era preciso passar por uma espécie de vestibular: o "exame de admissão"!
Mas o tempo passou, meus caros...Hoje a escola pouco ensina, tampouco os pais educam, e nós deixamos a civilidade e o patriotismo adormecer dentro de nós.
Pasmem: os professores apanham em sala de aula!
Nossos anos estudantis, acreditem, foram anos de poucos recursos, muito trabalho e aprendizado... Muita gente pode não lembrar dos seus professores, eu nunca os esqueci!
Imagem da Internet, desconheço o autor
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Este texto é do escritor João Neto, um escritor do cotidiano, foi rotulado, pelo crítico Lau Pacheco, como "piloto da caravela da saudade", em virtude do resgate de momentos vividos na infância e adolescência em Ourinhos.
Após ter seu conto "Ainda Bem Que Você Veio" viralizado nas redes sociais, ficou conhecido em todo o Brasil. Publicou seu primeiro livro de contos e crônicas em 2019.
João Candido da Silva Neto nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e veio para Ourinhos com 7 anos em 1967. Ele atuou na COPEL (Cia Paranaense de Energia) onde aposentou-se em 2019. Em 2012 se tornou escritor, tendo seus contos e crônicas publicados semanalmente na Folha de Londrina.