Várias regiões de Ourinhos vão sofrer muito com falta de água, afirma superintendente

Superintendente da SAE destacou cinco obras que devem ser realizadas para resolver o problema da água em Ourinhos de forma emergencial.
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Com duração de duas horas e meia, foi realizada, pela Frente Parlamentar sobre a crise hídrica de Ourinhos, na tarde desta sexta-feira, 29, a primeira Audiência Pública aberta a toda a população, na Câmara Municipal. Com a presença de oito vereadores e um pequeno número de representantes da população, a audiência foi focada na explanação e interrogatório do atual superintendente da SAE (Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos), Inácio J. B. Filho, que esteve presente com sua equipe e respondeu a todos os questionamentos a ele direcionado.

Inácio abriu a audiência com a explanação livre de 20 minutos e destacou que hoje o principal problema na estrutura da SAE, que deverá ser resolvido de forma emergencial, é a regeneração dos filtros da Estação de Tratamento de Água (ETA), que, segundo ele, estão estagnados e não conseguem mais realizar a filtragem eficaz da água, que é distribuída à população de Ourinhos.

"Desde 1995 tal serviço não é realizado nos filtros da ETA".

Inácio destacou que, devido a chuva dos últimos dias, a situação da água piorou muito, pelo arrasto de matéria orgânica e se encontra com a coloração bem escura.

“A situação só não está pior hoje em Ourinhos, porque todos os nossos reservatórios estão cheios, se não teríamos grande problema para tratar essa água que fica parecendo um “chocolate”, de tão escura após as fortes chuvas”, declarou o superintendente.

Inácio contou como surgiu o convite para assumir a função de superintendente da SAE e admitiu que jamais Ourinhos enfrentou tamanho caos com a falta de abastecimento.

“Na minha casa, que tem reservatório, nunca tinha faltado água. Então conversei com o servidor da SAE, amigo meu que me passou a situação e depois liguei para prefeito e falei que não tinha como continuar esta situação, então ele me disse que eu assumiria a função de superintendente e foi assim que surgiu o convite”, deixando claro que seu antecessor foi incompetente na função em quase três anos.    

“Disse para o prefeito que não dá para ficar gastando com auditoria e que é preciso ser feito algo que dê rápida solução”, destacou.

Inácio ainda destacou que o problema está apenas amenizado neste momento, mas que as regiões da Cohab, Paineiras, Pq. Minas Gerais, Anchieta e Vila São Luiz ainda vão sofrer muito com falta de água. Ele elencou cinco obras emergenciais, que poderão resolver o problema de abastecimento, de médio a longo prazo, com investimento médio de R$15 milhões. Veja abaixo:

"Na terça-feira, 3, estarão aqui em Ourinhos técnicos do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) de Marília, para analisar os locais para perfuração dos poços", destacou. 


Sobre o decreto emergencial, Inácio disse que ele será sim necessário, para dar agilidade as obras, mas cabe ao prefeito Lucas Pocay a decisão. Confira o vídeo abaixo.

Hidrômetros em Ourinhos

O superintendente da SAE fez uma revelação alarmante sobre o desperdício e as perdas de água, causadas por irregularidades, com ligações clandestinas e criminosas. Segundo ele há 64% de perdas e que desta porcentagem, pelo menos 24% se refere a furtos e ligações ilegais e para resolver ele propõe a troca de 44 mil hidrômetros. Ele destacou que pretende propor que tais hidrômetros sejam comprados pela empresa que ganhar a concessão do Tratamento de Esgoto, porém, caso contrário a própria SAE terá que fazer a compra dos novos equipamentos.

Saiba também: Ministério Público fará exame pericial na ETA e toda estrutura da SAE de Ourinhos

 

Medidas que serão tomadas nos próximos dias, segundo Inácio

  • Perfuração do poço no Residencial Moradas, na região do Itamaraty (Obra já em andamento)

Custo estimado de R$2 milhão e 200 mil

Realização: Era para estar pronto, porém a máquina quebrou a 212 metros de profundidade. Foi necessário refazer o procedimento e agora já perfurou 88 metros, com estimativa de chegar aos 300 metros.

 

  • Troca da areia e manutenção de quatro filtros da ETA (Pregão já realizado)

Custo estimado de R$1 milhão e 200 mil

Realização em 120 dias

 

  • Perfuração de poço na região da Vila Margarida (Ainda sem licitação)

Custo estimado de R$ 2 milhões podendo chegar até R$4 milhões

Realização em até 120 dias

 

  • Perfuração de poço na região do Parque Minas Gerais (Ainda sem licitação)

Custo estimado de R$ 2 milhões podendo chegar até R$4 milhões

Realização em até 120 dias

 

  • Construção de Microestação de Tratamento (Ainda sem licitação)

Custo estimado de R$ 4 milhões podendo chegar até R$7 milhões

Tempo indefinido