Vista como polêmica na América do Sul, medida que permite cinco substituições tem apoio no Brasil

Em pesquisa do GloboEsporte.com, 15 dos 20 técnicos da Série A aprovam decisão da Fifa, que foi criticada na Argentina; veja opiniões.
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A Fifa autorizou que os jogos de futebol realizados até 31 de dezembro de 2020 tenham até cinco substituições por um jogo, uma decisão que gerou polêmica na América do Sul e obteve ampla aprovação no Brasil. A implementação depende da entidade que organiza cada competição.

O site GloboEsporte.com procurou os 20 técnicos da Série A do Campeonato Brasileiro, torneio que ainda não tem data para começar – e que deve permitir a novidade, embora ainda não tenha oficializado a mudança.

Dezesseis deles responderam: 15 aprovaram e um se disse neutro (Jorge Sampaoli, do Atlético-MG). Os técnicos de Flamengo, Fortaleza, Bahia e São Paulo não responderam.

A aprovação entre os treinadores brasileiros de elite contrasta com o que se viu na América do Sul. O técnico do Boca Juniors, Miguel Angel Russo, detonou a mudança.

– Tira a naturalidade do jogo. A experiência que temos nesse sentido são os jogos amistosos, e isso seria parecido. Num torneio oficial, se perderia a essência do jogo – declarou o treinador ao jornal “Olé”.

Segundo o GloboEsporte.com apurou, queixas semelhantes ecoaram aqui e ali na América do Sul. A maior crítica seria de um possível benefício técnico em favor de clubes mais ricos, com elencos maiores e, portanto, com melhores jogadores no banco de reservas.

Nesta quarta-feira, uma reunião do Conselho da Conmebol deve resultar na criação de um comitê para discutir o assunto. O painel deve ser formado por dirigentes, técnicos, ex-jogadores e representantes da arbitragem. Só depois de uma análise desse comitê uma decisão será tomada. No Twitter, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, se disse “surpreso” com a medida.

Na CBF, a tendência é de que as cinco substituições sejam adotadas. Mas a confederação vai se cercar de cuidados antes de anunciar a decisão porque a mudança atingiria competições em andamento – como a Copa do Brasil, por exemplo. O tema está sendo analisado pelas diretorias de arbitragem e de competições da CBF.

O comentarista Paulo Vinícius Coelho vê benefícios no aumento para cinco substituições, mas desde que a medida seja temporária.

– Acho bom para a emergência. Ajuda a recolocar o futebol em campo sem o preparo físico ideal, para ser mais rápido depois de todas as autorizações sanitárias. Como regra para sempre, acho que beneficia os clubes mais ricos.

Lédio Carmona, por outro lado, diz ser a favor de qualquer mudança que ajude a melhorar a qualidade das partidas.

– Por que não? Só dá aos treinadores mais opções táticas, de transformar o jogo. Traz mais imprevisibilidade para as partidas, mais interesse aos torcedores. Ajuda a parte física, a revigorar jogadores, a preservar o físico, jogadores exauridos não rendem o mesmo. Se você tem opções, tem que usar. É um artifício a mais.

Informações GloboEsporte.com